Utopia...para quem também sonha com um mundo melhor

sexta-feira, junho 30, 2006

Nunca sais do meu pensamento

Quando estou só ou à toa,
penso em ti.
E mesmo quando estou numa boa,
penso em ti.
Quando a vida não me sorri,
penso e ti.
Quando alcanço mais um objectivo,
penso em ti.
Quando tudo à minha volta é um caos
(e os versos já nem rimam),
penso em ti.
Quando tudo parece ideal e feito à minha medida,
penso em ti.
E até nas coisas mais simples
penso em ti:
Quando gosto ou desgosto,
penso em ti.
Quando passa um bom carro na rua,
volto a pensar em ti.
E os meus ouvidos anseiam pela tua voz,
e o meus olhos desesperam pelo teu rosto.
Passo a vida a pensar em ti...
tanto quando rio como quando choro.
Acima de tudo, penso em ti
porque te adoro.
Enquanto viver não vou conseguir deixar de pensar em ti!
Marta Portocarrero

quinta-feira, junho 29, 2006

Se eu pudesse parar o tempo

Quem me dera que o tempo parasse, embora não para sempre! Mas por vezes, gostava que o tempo parasse por breves instantes.
Gostava que parasse o tempo, o mundo, que tudo o que me rodeia parasse e ficasse só eu, parada também, contemplando tudo à minha volta sem que ninguém se apercebesse da minha presença.
E no meio de tantas paragens, gostava principalmente que parassem as recordações tuas que são constantes e que por vezes chegam mesmo a atormentar a minha existência.
Gostava que a minha memória se esgotasse e que com ela partisse a imagem de todos os momentos bons que passámos juntos e que por muito que eu tente ou sonhe, não os posso reviver nem sequer reproduzir, como aquela música preferida que somos capazes de ouvir repetidamente durante horas a fio. E, aliada à memória destes momentos, gostava também que a imaginação parasse por instantes, porque assim também não poderia imaginar mais momentos felizes contigo que surgiriam em quaisquer circunstâncias da minha vida, ou simplesmente mais instantes em que os nossos percursos de vida se cruzariam.
Por outro lado, e este mais racional, imaginem como seria bom se o tempo parasse quando quiséssemos apenas com um simples estalar de dedos. Deste modo, teria tempo suficiente para pensar anteas de dar aquelas respostas inconsequentes, das quais quase sempre me arrependo no minuto seguinte. Poderia pensar como agir em determinada situação e escolher não só o que seria melhor para mim mas também para os outros.
De vez em quando era bom poder carregar no botão de pause, quanto mais não fosse para questionarmos algumas das nossas atitudes e comportamentos e alguns princípios que valorizamos em função de outros.
No entanto, se todos tivessemos este dom (de parar o tempo e o mundo) a vida seria um constante pára-arranca, como as imensas filas de trânsito às horas de ponta. Seria uma vida premeditada em que poucos seriam os que agiriam por impulso e por vontade própria. Tudo perderia o ritmo normal de ser e haveria com certeza muitos abusos do poder da paragem do tempo.
E sendo assim, continuo sem solução para todos estes moentos, meios apáticos, sonhados e imaginados contigo a meu lado. Prefiro continuar a acreditar que são estes momentos que alimentam a minha vida e que me dão força para continuar quando estou mais em baixo.
Por isso, no fundo, obrigada por todos os momentos extraordinários que me pudeste proporcionar enquanto exististe (fisicamente) junto de mim...

Marta Portocarrero

terça-feira, junho 20, 2006

Precisa-se de uma mudança urgente!

Ás vezes quando olho pela janela e vejo a vida comum e banal lá fora (sempre o mesmo ambiente e as mesmas pessoa), tenho uma vontade enorme de mudar as coisas, de pintar o mundo à minha volta com cores diferentes, mais alegres, mais espontâneas.
Tenho vontade de acabar com as injustiças como a guerra, o racismo, a criminalidade e sobretudo de mudar a mentalidade dos outros e, de certo modo a minha que nalguns pontos vai de encontro à da maioria das pessoas.
Apetece-me acabar com os sentimentos negativos e os modos de agir egoístas e egocêntricos que parecem integrar a essência de cada um dos seres mecânicos que deambulam à minha volta.
Todos os dias ouvimos notícias chocantes à nossa volta: pessoas que se matam por vingança ou por inveja, pensando apenas nos benefícios que essas acções podem trazer para elas. Claro que ficamos a pensar nisso durante algum tempo (embora por pouco tempo) e por breves instantes apetece-nos mudar o mundo (tal como me apeteceu a mim).
O problema é quando esses instantes terminam e a nossa mentalidade volta ao que era antes e voltamos a ser seres egoístas, exageradamente ambiciosos, pensando apenas em nós próprios e ignorando todos os problemas que nos rodeiam. E é por isto que eu me questiono: Faz algum sentido vivermos assim? É este o mundo que queremos construir?
De vez em quando, lá chega alguém (por vezes meio deslocado e lunático aos olhos dos outros) que tem uma ideia, ideia essa que por miuto reduzida que seja pode ajudar esta transformação por que tantos ansiamos nestes instantes utópicos da nossa vida.
E depois desta ideia? Depois desta ideia lá volta a questão do egoísmo, pois estas ideias precisam da colaboração dos outros.
Na minha opinião, o mundo está cheio de ideias que não se desenvolvem porque não existe esta colaboração de que falo nem um espírito de entreajuda.
Torna-se então necessário incentivar estas pequenas ideias que surgem de toda uma vontade de mudança e progressão, pois só todas juntas e com o apoio, directo ou indirecto, de todos é que o mundo pode mudar e evoluir.
E é embrulhada nestas utopias (ou não fosse este o nome do meu blog) que eu me apercebo dos problemas do mundo e destas atitudes comuns a todos os seres... apercebo-me das minhas atitudes, das tuas, das de toda a gente que no dia-a-dia nos parecem tão naturais e que por isso não nos esforçamos muito para as contrariar.
São nestas utopias, qundo me encontro envolta num mundo perfeito, que consigo ver as diferenças e os defeitos do mundo real que espreita do lado de fora da janela. Assim é urgente deixarmos de nos preocupar só connosco, é urgente voltarmos a acordar com olhos de ver, é igualmente urgente tornar os sonhos realidade e sobretudo transformar o mundo (em vez de o moldarmos) antes de deixarmos que este nos transforme a nós definitivamente.
Marta Portocarrero

sábado, junho 17, 2006

"Esse abraço que um dia se há-de abrir"

Este texto foi a composição de um teste de Português. Peço desculpa pelos sentimentos negativos que possa transmitir, mas como, infelizmente, ainda respresenta a realidade de algumas pessoas decidi postá-lo aqui. (a Lenita também já tinha tido essa ideia... obrigada, às vezes parece que lês os meus pensamentos.)

Este facto também pode ser explicado pelo stress em que eu estava com o tempo para acabar o teste quase a terminar...
Por já ter sido motivo de alguma contestação e controvérsia, deixem-me adiantar que, neste caso, eu não escrevi sobre mim, mas sobre alguém irreal e fruto da minha imaginação. Por isso qualquer indício de ausência de sentimentos que possa transparecer refere-se a esta personagem e não necessariamente a mim como a maioria das pessoas fica a pensar, de qualquer modo, cá vai:
Mais uma moite sem dormir; levanto-me e ando às voltas pela casa que, apesar de pequena, me parece enorme nesta solidão solitária em que me encontro.
Vou até à varanda, arrastando-me pelos cantos...continuo submersa nesta escuridão, mas já sei de cor o caminho pelas tantas noites como esta que já passei sem dormir.
Finalmente, sento-me na minha velha cadeira de baloiço e fico a admirar o mar ao longe... bravo, enfurecido, batendo fortemente contra as rochas. Penso que também deve estar desiludido e revoltado com a vida. Já sentada, penso em ti e "nesse abraço que um dia se há-de abrir".. O mar, ora me acalma, ora me faz cada vez mais viver de memórias passdas...E assim passo mais uma noite em claro, agarrada a estas inqiuetações que já deviam ter acabado.
É óbvio que já não voltas...não me quero iludir. Sou nova, tenho a vida pela frente e não vou desperdiçá-la por ti.
Por isso, agora vou-me deitar, acabar com este copo de whisky meio cheio, meio vazio...depende dos dias e dos meus estados de espírito...E amanhã, quando acordar, vou acender todas as luzes... deixar de viver nesta escuridão apagar todas as tuas recordações e deixar que o mar e o ar salgado me mostrem outro rumo.
Agora acredito que é possível viver de novo e o mar apenas me queria mostrar isso...vou viver, encher-me de energia e tornar-me vencedora de todos estes medos e receios.
Pela primeira vez não o faço por ti... mas, simplesmente, por mim.


Marta Portocarrero
16/05/06

quinta-feira, junho 15, 2006

Saudades de quase tudo, saudades do mundo

Saudade. Um sentimento vermelho e verde, tão puramente lusitano.
Todos sentimos saudades de vez em quando: saudades dos amigos, dos familiares, dos bons momentos passados, no fundo saudades a que eu chamo de saudades profundas; ou sentimos saudades de coisas mais simples, mas que, apesar da sua simplicidade, marcaram algumas horas ou apenas alguns minutos das nossas vidas: saudades daquele gelado de Verão, daquele livro que nos emprestaram e que já foi devolvido, daquele filme antigo, daquela música que passou no rádio, daquela série ou telenovela que nos deixava colados à TV, quietos e apáticos ou até saudades daquelas calças que já não nos servem.
Seja do que for, toda a gente sente saudades de alguma coisa, e eu não sou excepção.
Hoje, por exemplo, dei por mim a sentir saudades da minha infância, do tempo em que não tinha preocupações nem responsabilidaes e em que o mundo parecia ter sido pintado com tons coloridos por pessoas alegres e educadas. Saudades do tempo em que eu não me apercebia do racismo nem de qualquer tipo de discriminação.
A seguir, senti saudades do ano passado, dos bons momentos que passei com gente que pensava serem os verdadeiros amigos e que ficariam para sempre, embora alguns (poucos) tenham mesmo ficado. Saudades das brincadeiras e dos disparates na escola e fora da escola.
Fechei os olhos e senti novamente saudades. Saudades de todos os rostos (uns mais vagos, semelhantes aos vultos escuros que se escondem nos filmes de suspense, outros mais nítidos e mais claros) com que me cruzei e que me deixaram mensagens especiais e lições de vida, mesmo que de forma indirecta.
Também senti saudades tuas ó ser oculto que, ou vives dentro de mim ou te apoderaste da minha pessoa, e me fazes sentir tão insignificante e perceber que errei, que me podia ter esforçado mais e ter feito melhor.
Senti saudades de quase tudo, saudades do mundo.
Mas acima de tudo, senti saudades de todos os bons momentos de que me lembrei e apeteceu-me revivê-los, senti-los a todos um a um, saboreá-los lentamente e ter a certeza de que ficariam para sempre.
Agora, já acordada deste sono nostálgico, acredito que a saudade não é necessariamente um sentimento mau, pois todos os bons momentos passados ajudam-me a sorrir cada vez mais e a tentar recriá-los, embora com certeza noutro espaço e com outros protagonistas, que lhes darão outro sabor. Momentos novos que um dia mais tarde, também, eles saberão a saudade.
A saudade é então um sentimento cíclico que nos dá força para continuarmos. Um sentimento vermelho e verde, tão puramente lusitano...
Desculpem este desabafo (e este texto tão longo), mas, no fundo, quem nunca sentiu o que é a saudade?
Saudades de quase tudo, saudades do mundo.
Marta Portocarrero

quarta-feira, junho 14, 2006

Porque isto não é tão fácil como parece...

Isto de se fazer um blog tem que se lhe diga. Não pensem que é só ouvir falar de um tema ou assunto actual no rádio ou na televisão e escrever aqui meia dúzia de palavras sobre isso ou "espetar" aqui algumas das ideias abstractas que vagueiam na nossa mente e que de vez em quando preenchem o nosso pensamento. Um blog é mais do que isso, pelo menos eu espero que este seja bem mais do que isso.
Devo dizer que antes de começar passei por alguns blogs que fui encontrando ao acaso, meios perdidos na net, não sei se para achar inspiração ou se para ganhar coragem para começar aquilo, que no meu caso, se pode tornar divertido e até mesmo viciante.
Agora que penso já estar à altura, espero partilhar convosco alguns dos meus pensamentos e preocupações ou simplesmente escrever para aqui algumas coisas, quase sem pés nem cabeça, só para desabafar (às vezes também faz bem, apesar de eu nem ser muito lamechas nem ter queda para estas coisas).
Peço-vos para comentarem tudo aquilo que gostarem, mas sobretudo aquilo com que não concordarem, pois acredito que são estas críticas e comentários construtivos que nos ajudam a tornar-nos pessoas melhores.
Marta Portocarrero

Feriados: um prazer efémero

Feriados. Poder dormir até meio da manhã (ou será exagero?), sair à noite na véspera, ficar acordada até mais tarde, às vezes sem nada de útil para fazer, ou simplesmente não fazer nada o dia todo.
Porém, mesmo que seja um dia sem muita utilidade,a verdade é que um feriadozinho sabe sempre bem, principalmente se calhar numa sexta ou numa segunda em que a semana de aulas acaba mais cedo ou começa mais tarde.
Contudo, apesar de eu adorar feriados como a maioria das pesooas de quinze anos neste país (ou talvez no mundo, quem sabe?) e até desejar, por vezes, que as aulas acabassem à quinta, noutro dia, já não me lembro em que circunstâncias e nem sei porquê nem porque não, pus-me a pensar como seria quando deixasse de trabalhar. Ainda nem tive o meu primeiro emprego e já me pus a pensar no dia em que o trabalho acabar.
Adiante, não liguem a esta minha tendência natural de me adiantar e precipitar em relação à maioria das coisas à minha volta. Já pensaram no dia em que deixarmos de trabalhar? Os feriados perdem quase todo o sentido. Perdem aquele sabor especial de algo porque esperamos há algum tempo e que, por muito insignificante que seja, nos permite quebrar com a rotina e libertar o stress acumulado.
Quando deixarmos de trabalhar e nos tornarmos seres menos ocupados e activos na sociedade, o feriado é só mais um dia igual a tantos outros que chega por uma razão qualquer: ou em homenagem a alguém importante que nos deixou algo de útil ou por um facto histórico que possa ter marcado, de certo modo, o crescimento do país e do mundo.
Quando essa altura chegar a vida terá outro sabor. E é com este pensamento, ou com o medo de me tornar inútil e de nem sequer me aperceber dos feriados, que hoje acordo com mais vontade de ir para a escola e de estudar para ter a certeza de que os feriados continuarão a fazer sentido por muitos mais anos...
No entanto, não pensem que dispenso estas férias que estão mesmo quase, quase a chegar!
Marta Portocarrero